sexta-feira, 27 de julho de 2007

resistência à frouxidão (parte II)

stop press! há mais frouxidão do que vocês pensavam

ouve-se por aí, nas ruas, dizer que já há se organizaram facções de inspiração fundamentalista, como reacção aos surtos de resistência contra a frouxidão. na verdade até já me cruzei com alguns deles numas visitas acidentais a umas falésias. se a memória não me atraiçoa, um desses encontros foi algures no algarve, e cabe-me relatar o encadeamento á vista e á flash de vários V+, 6a's, 6a+... vias grandes, vias pequenas, 1 largo, 2 largos... tudo!
Para mim a via mais significativa desta nossa vaigem foi a "Iceberg", na Rocha da Pena, Algarve. Um 6a+/b brutal com uma linha super estetica, com regletes, puxadores, invertidos, escorrencias... c/ distancias entre expressos de fazer corar o diabo (a 1ª plaquete devia tar +/- a 5mt do chão ). Nao me saiu á primeira. Aliás deu p voar um bocadinho devido a um calcanhar no sitio errado, mas deu-me um goso tremendo sacar esta menina á vista . E duma outra vez, em que consegui sacar á 2ª tentativa e á vista a via "Vaselina" um 6a+ curto mas intenso, do sector Penedo Norte .


Normalmente não perfilho de posições de extremos, mas não escondo prazer em observar como as gerações emergentes prosseguem no bom caminho e na redefinição do melhor estilo.
É um deslumbre observar como os nascituros de 80 exploram novos limites, quer seja no campo da escalada clássica , quer sejam primeiras ascensões em terreno novo:
muito bem , assim é que é , isso mesmo, dá-lhe ! Venga !

a resistência à frouxidão

estou neste momento numa tranquila ilha mediterrânica, a banhos.
devido à reduzidíssima área da ilha e com os seus naturais ajustes às limitações espaciais, os teclados dos computadores não dispõem de comutador das maiúsculas, o que é compreensível.
peço por isso e desde já desculpas a todos os leitores e professores de português, por esta redacção.

a este confim chegou um boato, muito vago, de que estaria em curso a organização de um comando separatista de resistência à frouxidão, constituído por amazonas lusas.
segundo dizem, já houve um incidente que resultou no encadeamento de uma via de oitavo grau, sem qualquer aviso prévio.
nada que eu não conseguisse fazer também. a via em causa também eu já estive quase a encadear, só que nesse dia, devido a umas confusões a localizar a linha, acabei por sacar a segunda à direita dessa, inadvertidamente. não era bem o que eu queria e por isso não quis correr mais riscos.

actualmente só escalo no meu teclado porque descobri que consigo dactilografar 8a muito mais depressa do que consigo encadeá-lo.

esta coisa de quem encadeia primeiro e podia ter encadeado antes recorda-me, duma situação similar à que já foi relatada por um amaricano, fredrick a. weihe, e que já se passou comigo também.
então foi assim:
eu e dois amigos, fomos escalar. queríamos acrescentar à caderneta de encadeamentos, três linhas emblemáticas duma escola local, de seus nomes: “agora”, “a seguir” e “depois dessa”. os escaladores eram isabel i. ela, zé e. alguém, e eu.

alguém perguntou se ela queria abrir a via agora. ela respondeu que não, que queria abrir a seguir e eu perguntei, agora? disse-me que não, que ela ia subir a seguir depois dessa, e eu fiquei confuso e tentei saber se alguém queria escalar a seguir. ela não queria, mas foi, só que não era agora. eu disse que estava tudo bem por mim, porque eu queria escalar agora e ela podia escalar a seguir e alguém vai escalar depois dessa. no entanto ela estava a preparar-se para subir agora, e eu disse ei! alguém disse que ela podia subir a seguir e disse que não ia, então ela disse: quem vai escalar a seguir? eu escalo agora, e ela escala depois dessa. ficou então decidido que alguém tinha de escalar, e assim fizemos.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Nós não somos frouxos, apenas usamos pó de talco!!

Vi, há dias, uma reportagem da sic mulher. Antes que comecem com merd… com coisas, há que dizer que era sobre escalada. E não é que estivesse a ver a sic mulher nem nada disso, só vi porque estava neste blog. Já sei o que estão a pensar: “O que faz um gajo como o frouxo a ver um blog sobre escalada?” Não vamos por aí, todos têm os seus momentos de fraqueza. Adiante. A peça até está bem elaborada (sempre é mais interessante que a Oprah) e mostra um certo empenho em divulgar a modalidade na sua vertente mais positiva, mas vocês não vêm a este blog aqui para nos ver a tecer comentários elogiosos ao que quer que seja. Vocês gostam é de sangue. E como nós também só estamos bem a achincalhar, vamos a isso.

Vejamos então a primeira frase: “O magnésio não é pó de talco” O interveniente percebe de pó de talco. Ninguém lhe dá lições sobre pó de talco. Rocha não é rabinho de bebé. Rocha, magnésio. Rabinho de bebé, pó de talco. Estamos entendidos.
Passemos agora à segunda frase: “É um pó que serve para secar a humidade das mãos e, dessa forma, reduzir o atrito”. Hummm.... reduzir o... atrito? Mmmmm... Pois... Confesso que aqui me surgem algumas dúvidas acerca dos conhecimentos do escalador. Uma hipótese é a de que, apesar de perceber de pó de talco, não percebe nada de mecânica clássica. Porque se há coisa que sirva para reduzir o atrito, essa coisa é mesmo pó de talco. A segunda hipótese é a de que não percebe grande coisa de escalada. É que da última vez que experimentei escalar, disseram-me que um dos truques da cena é usar a força do atrito (assim de repente lembro-me da borracha dos pés-de-gato) para vencer a força da gravidade. Queria, no entanto, deixar claro que esta segunda hipótese é absolutamente fantasiosa. Até porque aqui os únicos que não percebem de escalada e têm, consequentemente, o direito de proferir barbaridades desse quilate, somos nós. Ficámos ofendidos e tudo.
Talvez seja muito mais simpático admitir uma terceira hipótese... a de que, se calhar, não percebe muito acerca do significado do verbo "reduzir". Sim, esta hipótese não faz muito sentido. Mas escalar em atrito também não. Sobretudo se forem vias de aplats.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

A frouxidão do plágio

Para todos aqueles que tiveram o bom senso de não vir ao nosso blog nos últimos dias, passo a explicar: O escalagem sofreu um insidioso plágio por parte de um personagem que, numa tentativa disparatada de ter graça, nos surripiou os textos e os colocou, mal e porcamente, no contexto de um bar. Por muito que nos honre ver a nossa humilde espelunca elevada à categoria de tasca de terceira, repleta de marinheiros de faca afiada, mulheres de má vida, cerveja fria e sangue quente, é de convir que algumas… aham, “adaptações”, vamos chamar-lhes assim, dos textos não eram propriamente brilhantes. Se a base de “inspiração”, vamos também chamar-lhe assim, já era um pouco confusa (resultado das mentes tortuosas e altamente baralhadas dos seus autores) imaginem ler posts do escalagem em que a palavra “escalada” é substituída por “cerveja”. Não faz sentido… embora acredito que haja alguns leitores para quem a coisa soe às mil maravilhas.

Bom, o que interessa é que poderíamos berrar aos quatro ventos “aqui d’el rei”, poderíamos insurgir-nos contra a corja aviltante que nos rouba as ideias e as palavras, poderíamos denunciá-lo, arrastar o nome dele pela lama e expô-lo ao ridículo, poderíamos até empreender uma cruzada até ao norte do país, mais concretamente a Viana do Castelo, munidos de um camalot #5, até descobrir o PC por trás do qual se encolhe a criatura de fraca inspiração e ainda menor discernimento, cujo nome, já agora, só naquela e sem qualquer espécie de ressabiamento, é Diogo Moreno. Mas nós somos pessoas elevadas. Somos melhores que isso. Esperem, perceberam mal, também não vamos usar um camalot #6. Somos melhores noutro sentido. Em vez disso, lamentamos o infortúnio do desgraçado que, qual meliante que arranca cobardemente a sacola de uma criança para vir a descobrir que o produto do seu furto não é mais que um rascunho de apontamentos, umas meias sujas da educação física e um ovo podre que sobrou de um almoço algures do ano passado, teve o azar de não encontrar um blog melhor que o nosso para plagiar. É fácil de imaginar que o resultado não podia ser mais desastroso. Tenhamos, por isso, compaixão. A triste sina do nosso desafortunado gatuno terá sido o facto de se cobrir de ridículo de cada vez que publicava no seu blog um dos nossos textos. Haverá pior sorte?

No meio disto tudo, só é pena que, assim que o plágio foi descoberto, o respectivo blog tenha sido exterminado pelas mãos do seu autor. Lá se foi a única prova que alguém nos lia. Enfim, resta-nos o peito inchado de orgulho. Ser plagiado não é para todos. Sobretudo quando não se é lido pela Clara Pinto Correia.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Frouxo! ...ouxo... oxo...ox... És tu? ...tu...tu...ú...

"É do carago senhores ouvintes!"...
...mas este estaminé parece que faz eco.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Frouxidão no submundo do crime violento

Algures numa viela escura deste país:
Jovem via - AH!!...
Escaladrão - Pxxt! Caladinha! Caladinha senão arranco-te as argolas, carago!
Jovem via - P-p-porfavor não me faça mal! Nn-não me faça mal!
Escaladrão – Quieta! Não te mexas… senão... já sabes!... Onde é elas’tão? Hã?! Onde é que tens aí presas boas?! Hã?!
Jovem via – M-m-mas eu sou apenas uma pobre jovem via e muito pobre de presas mesmo. Não trago comigo nada grande de valor que se agarre. Sou assim mesmo. Difícil de “ler” e com passos duros… N-não me faça mal! Por favor…!
Escaladrão – Xxxt! Pouco alarido!! … Onde é que elas ‘tão?!
Jovem via – Calma, calma! há ali! Bem mais à esquerda… mais… Uma fissura que afunda assim… assim, e com o polegar agora… mas não faça isso... Essa já pertence à…
Escaladrão – Shxt! quem sabe s'é fora ou dentro da linha sou eu! Só tens isto? ?! Epá! Olha que se eu caio daqui pá!... Nem sei o que te faço!
Jovem via – P-p-por favor! Não aperte assim comigo que eu sofro muito das minhas microregletes frágeis!...pode-me partir alguma coisa!... Pronto! Tem também ali umas presas maiores! Ali… mais á direita… mais… ainda mais… aí… um tridedo fundo e depois é só seguir pela lasca grande e continuar pelos buracos todos mais à direita!...Aii!
Escaladrão – Assim é que é! Colabora que pode ser que te safes! Aprecia só! Isto é que é “em livre” à minha moda! Sua cagada! … Já vais ver! (Puf! Puf!)
Jovem via - Cuidado! Está a magoar a minha identidade, seu bruto!... Isso já é a outra via!
Escaladrão – Calada! Caladinha! Não se juntassem tanto umas às outras se não queriam sujeitar-se!...é para aprenderem! (Buf! Buff! Arf!) Pára de te mexeres! Olha que se me escorrega o pé, eu…
Jovem via – Nunca ninguém me tratou assim! V-você havia de cair em pêndulo daí e raspar com o cú no chão como um fósforo! S-s-seu ordinário!
Escaladrão – Há-há-há! Háá-há-háá! Já é minha! … À VISTA! À VISTA!...
Jovem via – (funga-funga) … ninguém vai deixar passar isto!

Escaladrão - Pá! Qués-cá-vir flashar isto? … desce-me!
Escalatoteiro – ’Táva a dar segurança mas não tava a olhar! …Deixa tudo, que também vou tentar à vista!
Escalarápio – Vai lá que tu também consegues! Vou a seguir… Põe aí duas compridas na quarta que me parece que é melhor proteger dos invertidos de baixo que do bidedo de cima da pança… Isso! E … Isso! Uma marquinha aí nessa… a do pé… nessa! Esqueço-me sempre dessa! … Boa! Bem feito!

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