terça-feira, 24 de outubro de 2006

o Inverno dos frouxos

Chegou o Inverno do nosso descontentamento, tornado glorioso Verão por este filho de York.

Pimba! Aposto que não estavam à espera de entrar neste blog e apanhar com Shakespeare em cheio na tromba. Este blog está muito lá. E isto ainda não é nada. Esperem só até eu me lembrar de escrever um post em que relaciono o existencialismo segundo Heidegger com a escalada à frente.
A verdade é que este filho de York devia ser um frouxo... pois agora que a chuva veio para ficar, o frouxo tem mais uma razão para sorrir. Acabaram-se as desculpas. Não é preciso inventar uma lesão na unha do dedo mindinho ou num pêlo da sobrancelha. A rocha tá molhada, não há volta a dar, bute pró muro, antes que um gajo apanhe uma constipação.
A época invernal opera mudanças extremamente interessantes na fisiologia de um frouxo. Assim que este entra no muro, uma extraordinária mutação ocorre no seu corpo. Alguns efeitos são imediatos, como a recuperação da visão: O frouxo passa a ver as presas! Outras modificações também não se fazem esperar. Todas as lesões desaparecem como que por magia e o frouxo transforma-se num animal, capaz de realizar verdadeiros milagres sobre a pilha de colchões que se avoluma dois metros mais abaixo. Sem a escalada em rocha para atrapalhar os treinos, ganha força sessão após sessão e encadeia bloco atrás de bloco (desde que este tenha menos de sete movimentos, claro). O frouxo será o rei do Inverno, até vir o bom tempo, até as vias secarem, até as desculpas se esfarraparem, em suma, até surgir a ocasião em que o frouxo tenha uma daquelas cenas, vulgarmente conhecidas como expresses, debaixo dos pés…

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