quinta-feira, 16 de novembro de 2006

a queda de um mito, mas não de um frouxo

"O rabeta foi lá em top". É desta forma injuriosa que nos comentários d'outro estaminé se comenta a ascensão de Alain Robert à Torre Vasco da Gama. Reconheço o ataque. Aguento a injúria. Engulo a falácia (epá, isto não soou nada bem). E, tal como Chris Sharm... aliás, Jesus Cristo, dou a outra face.
Ao que parece, o spiderman francês, como é conhecido pelo público em geral (ou "superman francês" como é conhecido pela redacção do jornal Público em particular, pelos vistos o superman também escala prédios, deve ser quando está impossibilitado de voar porque se esqueceu da capa na lavandaria, vá lá, não lhe chamarem "capitão américa francês" já não foi mau) foi impedido de escalar a torre a solo. Mas nem assim o intrépido escalador hesitou, aceitando o desafio de braços abertos e realizando a ascensão do edifício com a corda por cima.
A notícia rebentou que nem uma bomba na nossa comunidade. Braços ergueram-se para o céu, vozes bradaram "infâmia", gargantas clamaram por vingança. Até já ouvi escaladores a dizer, algumas mulheres incluídas, que não querem mais ter um filho de Alain Robert. Pela minha parte, foi com uma lágrima no canto do olho, mas uma lágrima de esperança, que assisti a este glorificante espectáculo. Porque na verdade, o épiderman francês sabe que a escalada em top é o mais parecido que existe com escalar a solo. Como alguém disse num determinado fórum de escalada, estou mais além, sou um visionário. Aliás, aproveito para anunciar que da próxima vez que for à Guia, vou solar a via verde!!

Não queria terminar sem enviar um abraço de apreço ao jornalista da SIC que a julgar pelas sábias palavras - "vamos assistir à escalagem do alpinista francês" - deve ter lido o meu blog antes de fazer esta reportagem. É bom saber que uma parte da classe jornalística ainda se documenta convenientemente antes de tratar estas matérias.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois não acreditem em tudo o que ouvem.
O homem foi de facto em top, encordado sim senhor, mas com um nó de correr, discretamente ajustado, constritor do saco escrotal e apêndice peniano. O que de qualquer das formas assegura-lhe a vontade encadear ao mesmo tempo que garante que não haverá progenitura vinda de um falhado que não sobe o caraças dum escadote de ferro.
Pois para mim, quero lá saber se ele chegou a pendurar-se na corda. Mas estou disposto a admitir que possa haver quem se tenha preocupado.